22.3.09

Você

E sem pensar em absolutamente nada, eu olho para você e vejo aquilo que eu gostaria de ter.
Contemplo os teus olhos, tua boca, seu corpo e distante de uma infinita sensação, percebo o quanto estamos distantes. Mas isso acontece.
Você enxerga mais do que deveria, enquanto eu não consigo te entender. Saber o que você pensa, o que sente, se é que sente. Mas insisto em olhar e tentar perceber alguma coisa nesse instante, menos que um segundo que para mim dura uma eternidade.
Lembra quando nos olhamos por acaso? Talvez nem tão por acaso. Tento continuar assim, só te observando porque você permanece em meu pensamento, está em minha frente e é real.
Mas teus olhos de gelo continuam enigmáticos, como janelas fechadas, trancadas por alguém que não quer deixar a luz do sol entrar, alguém que quer deixar a escuridão fazendo-se presente por inteira, para quem sabe confundir-se com ela.
E é nesse exato momento que, sem pensar em absolutamente nada, eu olho para você.
E vejo aquilo que nunca terei.
Abaixo a cabeça, fecho os olhos e sua imagem se desfaz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário